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28/11/2021

O Governo deixou turismo “à deriva” e alertamos para endividamento

As micro e pequenas empresas em crise empresarial que recorram à linha de apoio à tesouraria, de 100 milhões de euros, têm de reembolsar os subsídios a uma taxa de juro de 1,5% e em quatro anos, segundo diploma publicado.

Com o anúncio das condições para a adesão à nova linha de apoio para micro e pequenas empresas com dotação de 100 milhões feito esta manhã, ainda acreditávamos que o Governo olhasse para o Turismo como um sector frágil e muito sensível às instabilidades do desenvolvimento da pandemia.
Acreditávamos que o foco no desenvolvimento da economia e a retoma para níveis de 2019 passaria certamente por um olhar mais atento e um investimento mais forte no Turismo. Afinal vemo-nos abandonados e deixados completamente à deriva depois de um verão muito aquém do espectado. A tesouraria das empresas não aguenta mais endividamento como constantemente temos vindo a dizer… O Governo não pode olhar apenas para as receitas geradas pelo sector que tanto contribui direta e indiretamente. Tem sim de saber apoiar e fomentar esse desenvolvimento. Abandonar o empreendedor, deixá-lo com as dívidas, com os financiamentos efetuados em tempos de pandemia e com o amargo do despedimento dos trabalhadores é insensato, é inadmissível. Não tivemos direito a mais apoios porque o Governo encerrou toda a nossa atividade, fechou fronteiras e proibiu a saída e entrada de passageiros, mas esqueceu-se de colocar o nosso CAE na lista dos CAES encerrados por decreto. Mais uma vez o erro nunca assumido reflete-se de uma maneira afrontosa para o empreendedor das agências de viagens.

Em 2020 as receitas do sector tiveram uma quebra acima dos 80% em relação a 2019 ao que se soma as perdas acumuladas de mais 80% ao longo de 2021. A ASGAVT acredita que para além do extremamente necessário apoio à tesouraria das empresas das agências de viagens em geral, ainda tem de ser revisto um apoio extra a algumas áreas específicas da atividade que continuam a ser muito fustigadas como por exemplo as que se dedicam a turismo de negócios, eventos e grupos.
O verão acabou com um saldo extremamente negativo na tesouraria da maioria das agências de viagens e as poucas que viram alguma retoma não arrecadaram o suficiente para se manter abertas e cumprir com as suas obrigações até Março de 2022 data para a qual se espera agora o inicio da retoma.
Alertamos que se não formos apoiados condignamente, muitos de nós não sobreviverão ao inverno, encerrando portas, acumulando dividas, gerando despedimentos em massa, fazendo com isso que a despesa do Estado aumente substancialmente com o pagamento de subsídios de desemprego, e com o assumir dos custos com os financiamentos contraídos com garantia de estado.

ASGAVT